segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Histórinhas do Tio Jaspion 3

Olá amigos do J.N.!

Estou escrevendo mais uma vez para contar a vocês como foi meu Carnaval.

(Desculpem a demora, era para o J.N Post ter ido ao ar ontem mas devido a acontecimentos ocorridos no mesmo resolvi incluir a terça-feira para que vocês possam rir um pouco mais da desgraça alheia.)

Com toda sinceridade que me é cabível espero que o Carnaval de vocês tenha sido melhor que o meu por mais infeliz, solitário, triste e tedioso tenha sido o seu feriado. Acredite...

Já durante o pré-carnaval demonstrei toda a minha empolgação com a data que passei a semana inteira fugindo de toda e qualquer aglomeração de pessoas munidas de pandeiros, tamborins, microfones e cerveja, popularmente chamados de blocos de rua.

Se uma pessoa tocando descoordenadamente qualquer instrumento já é horrível, multiplique por cinco mil e some mais um trio elétrico e uma porção de bêbados para você ter uma idéia.

Falo isso porque todo carnaval passa um bloco na minha rua para desespero de cães e gatos da região.

Fora que carnaval é a época perfeita para ambulantes extorquirem qualquer pessoa (principalmente gringos) que pare em sua humilde barraca (ou isopor) afim de saciar sua sede.

Uma simples lata de SKOL chega a valer R$ 3,00! Pelo mesmo preço eu compro umas três no mercado (quentes mas faz bem para o seu bolso , já que ainda sobram alguns centavos de troco, e para a sua saúde porque sabe-se lá onde o carinha enfiou a latinha que você está prestes a colocar na boca).

Fantasias são outra fonte de extorsão carnavalesca. Pessoas desesperadas para se travestir nas coisas mais bizarras possíveis lotam as lojas de fantasias e acabam saindo de lá com os bolsos vazios e uma máscara do Obama.

Dica: Se você que se fantasiar de alguma coisa no próximo de carnaval, use sua roupa de Festa Junina. Além de você economizar pra caralho você vai poder jogar na cara dos seus amigos que não tiveram grana para comprar uma. E o melhor! Ninguém vai reparar no que você está vestindo no meio de uma multidão de malucos fantasiados.

Ainda na semana passada, recebi um convite para ir ao sambódromo ver o desfile das escolas do Grupo de Acesso (a segunda divisão do carnaval carioca), porém como já disse nos primeiros parágrafos do post de hoje, estava tão empolgado com o convite que não fui.

Pensando bem não perdi muita coisa. Tirando o fato de ver várias mulheres semi-nuas rebolando na minha frente o resto não tinha a menor graça (Afinal existem programas na Globo que tem a mesma finalidade).

Qual é a diversão de ver mais de mil pessoas correndo oitocentos metros de pista vestindo quarenta quilos de fantasia tentando acompanhar o ritmo da música?

Antigamente os desfiles eram SÓ desfiles, hoje são superproduções dignas de cinema (onde eles tiram dinheiro pra isso tudo?).

Se continuar assim não duvido nada que Steven Spielberg ou Mel Gibson sejam os próximos carnavalescos da Beija-Flor ou da Unidos da Tijuca.

Voltando ao assunto central do post queria contar a vocês como foi meu carnaval.

Começou assim:

  • Sábado - 21/02/2009
Lembra daquele convite que recebi para ir na Sapucaí? Então. Resolvi passá-lo para minha mãe (Afinal de contas ela merece por tudo que ela faz para sustentar este vagabundo que escreve essas besteiras que vocês estão lendo).

Ela ficou tão feliz que até me deixou ir para a casa do meu amigo Tadeu (pessoa com graves problemas de trocadilhos ou piadas que envolvam os mesmos) sem limpar nada em troca!

Levantei cedo naquele dia, me arrumei e fui para Tadeu´s House, onde fiquei jogando PS2 a tarde inteira até ser interrompido pela minha adorável mãezinha.

Ela me ligou pedindo para cuidar da minha irmã e da minha prima enquanto ela saía. Não pude recusar (e quando digo "não pude recusar" quero dizer "fui obrigado") a realizar a tarefa.

Assim que cheguei em casa minha mãe já havia saído e achei minha irmã e minha prima assistindo TV e a casa incrivelmente bagunçada. Mal sabia eu que era só a ponta do iceberg...

  • Domingo - 22/02/2009
Quando acordei na manhã do dia seguinte percebi que minha mãe e minha tia (que também foi com ela) estavam em casa e se encontravam dormindo.

Levantei-me e fui me arrumar para cumprir meus deveres catequéticos (soa estranho mas é assim mesmo) de todo domingo.

Fui tomar banho e nem reparei que o interfone tinha tocado e quando saí do banheiro me deparei com uma horda de parentes que haviam acabado de chegar.

Após todos acordados e alimentados (ainda bem que eles tinham comido em casa porque não tinha comida suficiente para aquele batalhão de pessoas) conduzi-os até a igreja.

Era um pelotão que continha sete primos, duas tias, um tio, uma mãe, um pai e uma irmã (totalizando 14 pessoas contando comigo) rumando para uma igreja. Uma senhora chegou a perguntar se aquilo era procissão.

Findado nossos deveres religiosos, fomos todos à praia (pronto para bater no primeiro idiota que gritasse "arrastão").

Suponhamos que você seja um garoto de dezessete anos e tenha um exército de primos e primas. Agora suponhamos que você leve uns sete para uma praia lotada e tenha que cuidar de todos eles. Agora imagine-se na beira da água com quatro primos agarrados em você como se estivessem colados com super bonder para não se afogarem, porque ninguém, com exceção de você, soubesse nadar embora estivessem loucos para entrar na água.

Pois bem, era exatamente assim que a minha pessoa se encontrava somente dez minutos depois de chegarmos à praia.

Tentei convencer a minha mãe a me liberar daquele tormento, mas ela argumentou que era natural eles agirem dessa maneira porque não tinham muitas oportunidades de vir à praia (nem de encher o meu saco) e se eu quisesse ver a luz do dia outra vez na minha vida era melhor eu permanecer junto deles e cuidasse para que nenhum se afogue ou se perca (o que viesse primeiro).

Após três horas e meia de tortura pública, com areia no cabelo e nos bolsos da bermuda o suficiente para montar a minha própria praia particular (devido a uma intensa batalha arenosa entre eu e os meus primos, porque eu tentei enterrar um deles a dez metros da arrebentação), voltei a proteção do meu lar, na esperança de que aquele dia jamais se repetirá. Porém o destino tem a estranha mania de me contrariar destruindo assim meus sonhos e esperanças.

Minha mãe convidou todo mundo a ficar mais um dia.

  • Segunda-Feira - 23/02/2009
Sonhei que estava lutando contra um lutador de Muay Thai, mas quendo acordei percebi que erameu primo me chutando enquanto dormia.

Devido ao enorme contingente de pessoas foi necessário um certo sacrifício de todos (mais meu do que o dos outros). Fui obrigado a dividir a MINHA cama com meu primo, enquanto minha irmã foi dormir com meus pais. As minhas primas dormiram na cama da minha irmã e o restante dos parentes foram acomodados em outros cantos da casa.

Depois que o pelotão tomou café, as garotas foram de novo para a praia (me recusei terminantemente a sofrer a mesma situação do dia anterior) e nós rapazes ficamos em casa jogando video game.

Estávamos jogando NFS - Most Wanted quando as garotas chegaram. Paramos para almoçar. Eu disse:
- Salva e vambora comer.

Quando entrei na cozinha escutei um grito que certamente nao era nada de bom. Corri de volta para o video game e vi minha prima de cinco anos segurando um memory card na mão, aparentemente radiante do que fez.

- Eu estava salvando quando ela arrancou o memory card do console!

Surgiu em mim um ímpeto maligno que eu não sentia há muito tempo. Para acalmá-lo imaginei ela rolando escada abaixo.

- Mamãe! Olha o que eu peguei - disse a criatura
- Que bom filha! Agora vem comer.

Aquilo só me fez sentir mais raiva ainda pois além do trabalho de uma manhã inteira ter ido para o espaço em questão de segundos (pois todos sabemos que se você remover o memory card do console durante o processo de salvamento, os dados são corrompidos) vi a culpada sair impune!

Após o almoço (a essa altura meu bom humor já tinha voltado) voltei para o video game.

Quando o relógio marcou três horas achei que já era hora do lanche, então fui preparar o meu.

Outra vez o destino não sorriu a meu favor. Cheguei na cozinhao Furacão Ana havia passado por lá.

Deixa eu explicar: Ana é minha prima de treze anos que morava com a minha avó em Minas Gerais. Chata pra cacete e também muito incoveniente.

Esse ano ela se mudou para o Rio, para minha completa infelicidade.

Nunca vi nenhuma pessoa comer tanto em tão pouco tempo. Em um espaço de três horas ela havia devorado: quatro pães, seis maçãs, três fatias de bolo de chocolate, meio pudim e um pacote de macarrão cru. Portanto não havia mais nada para comer.

Resolvi pegar algum dinheiro na sala para ir comprar algo para comer.

Cheguei na sala e deparei com o Furacão Ana mexendo no meu computador

- SAI DAÍ AGORA!!!! - gritei com todo ódio que consegui juntar

A raiva disso somada a minha fome resultou num par de tamanco na minha mão e um galo enorme e roxo na testa da minha prima.

Quando eu achei que tudo havia acabado, o dia seguinte me disse que ainda sofreria um pouco mais.

  • Terça-Feira - 24/02/2009 [Pesadelo de Carnaval - Parte 2]
Se você (e eu também) que o meu tormento de carnaval tinha acabado com a ida dos meus primos se enganou.

Acordei muito feliz nesse dia pois não havia ninguém para me encher o saco.

Estava enganado. Minha irmã acordou tão bem humorada que me jogou uma escova de cabelo quando lhe dei um bom dia.

Decidido a não ficar perto dela (pois experiências anteriores me alertavam para me afastar) fui jogar PS2.

Foi quando chegou o Bruno (muleque que mora no meu prédio e me empresta uns joguinhos de PS).

Se você achou o Furacão Ana destruidor é porque você não viu o Furacão Eduarda, irmã do Bruno.

Fomos jogar NFS e constatamos que o jogo anterior tinha ido mesmo para o lixo então começamos outro.

Como é natural de todo o irmão mais novo chatear o irmão mais velho (Lembra? Primeiro post do J.N.!) a irmã dele começou a perturbá-lo. Vendo que não estava tendo resultados ela começou a testar a minha paciência.

Amparada pela vantagem de eu não poder bater nela por não ser minha parente, ela foi além dos limites aceitáveis de perturbação.

Ela pulou em cima de mim e como um chimpanzé ensandecido começou a puxar o meu cabelo!
Quando consegui soltar o meu cabelo das garras cruéis dela minha cabeça já estava ficando dolorida.

Achando aquilo absurdamente engraçado, ela tentou me escalpelar pela segunda vez. Mas eu já estava prevenido quando ela veio correndo em minha direção com as garas apontadas para o meu couro cabeludo, me levantei e ela "esbarrou" em mim e caiu sentada no chão.

Imediatamente ela começou a chorar.

O que você acha que eu pensei:
  • Ah! Coitadinha... Não devia ter machucado a pobre garotinha que só queria brincar comigo. Sou uma pessoa muita malvada
ou

  • SE FUDEU!!! MUAHAHAHAHA!!!!
Se você escolheu a segunda opção acertou. Não senti a menor pena de vê-la chorando (você também faria a mesma coisa se tivesse alguém que tentasse arrancar os seus cabelos fio por fio).

Depois disso ela se contentou a ficar bagunçando meu porta CD's.

E com uma imensa alegria digo que acabou!!!

Aleluia!!!

Espero que tenham gostado, comentem se não for pedir muito e até a próxima

Koban Wa!